Aspectos Geográficos

Taió possui 661,5 Km2, com uma altitude de 346 m, incorporada ao Alto Vale do Itajaí, uma microrregião situada na área central do Estado de Santa Catarina, que congrega 27 municípios de características homogêneas, que a classificam como o Vale Europeu. Localizada a uma latitude de 27o06’59” Sul e 49o59’53” de longitude Oeste, tem um clima mesotérmico úmido – sem estação seca, com uma temperatura média de 15ºC e umidade relativa do ar em torno de 81%. O relevo é constituído de superfícies planas, onduladas e montanhosas, com fertilidade apta para agricultura, na grande maioria. Possui vasta bacia hidrográfica, captada pelo Rio Itajaí do Oeste, que integra o Rio Itajaí-Açú.
Geologia

A geologia da micro bacia do Ribeirão Braço da Ilha corresponde ao super-grupo Tubarão, grupo Itararé, formação Rio do Sul, sendo constituída por rochas de origem sedimentar. Tem origem glacial, ocorrendo em uma faixa alongada norte-sul. A sedimentação deu-se em estratos ou camadas horizontais, daí a denominação de rochas estratificadas. Os espaços que separam as camadas denomina-se diáclases horizontais, de grande importância na chamada erosão diferencial, ou seja, há um trabalho desigual da erosão, atuando sobre materiais com diferentes graus de resistência. Essa heterogeneidade de ações e de materiais refletiu na morfologia e nas condições físicas dos solos resultantes. A cobertura pedológica é uniforme, com domínio quase absoluto de solos cambissolos. Entretanto, em função do material depositado, há perfis arenosos, siltosos, franco argilosos, argilosos e muito argilosos.

Taió possui uma grande singularidade em seus aspectos geológicos que é a ocorrência de fósseis marinhos e águas sulfurosas. Antonio Carlos Rocha Campos, do Departamento de Geologia e Paleontologia da Universidade de São Paulo – USP, realizou minuciosa investigação sobre os fósseis da região de Taió, em sua tese de doutorado apresentada em 1964. Em seu trabalho o autor destaca que a descoberta de fósseis marinhos na região de Taió foi feita por Bastos, geólogo do antigo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil e começaram a ser mencionados em publicações científicas a partir de 1930. Percebe-se que o interesse científico pelos fósseis da região vem de longa data com material publicado por diversos autores e, além disso, sempre motivou estudos de grupos acadêmicos de instituições de ensino superior de Santa Catarina e estados vizinhos. De acordo com estudos realizados, a unidade mais antiga que aflora na região de Taió, pertence ao Grupo Tubarão, Subgrupo Itararé e datam de aproximadamente 280 milhões de anos. Este afloramento estende-se desde o limite oriental da área estudada acompanhando o vale do rio Itajaí do Oeste, até a altura do Ribeirão do Salto. A espessura máxima atingida por esse pacote sedimentar foi avaliada em mais de 100 metros.

Destacam-se os estudos feitos nos sedimentos da Formação Rio Bonito onde as melhores exposições foram encontradas em cortes dos caminhos que sobem os morros da região (Serra Kraemer, Ribeirão do Ouro), ou nos barrancos e leitos de alguns rios da região (Braço Scoz, Ribeirão Bugio), em pequenas escarpas e quedas d’ água. Os fósseis obtidos em Taió não parecem estar relacionados com outros existentes no Brasil. Os estudos realizados mostraram similaridade com fósseis encontrados em Nova Gales do Sul, na Austrália. O exame de diversos afloramentos feito por Rocha-Campos, mostrou concentrações de conchas que podem atingir algumas centenas por metro quadrado. As águas sulfurosas localizam-se numa propriedade particular, na localidade de Pechincha, sem aproveitamento atual para consumo, tratamento de doenças ou outras utilizações.