Prefeito de Taió apresenta projeto de Frigorífico de Peixes
Que o pescado é um alimento saudável e que deve estar na mesa da população, intercalado com outras fontes de proteínas, como as carnes bovinas, suínas ou aves, todo mundo já sabe. Mas o setor carece de investimos ou alternativas para fomentar a produção e o consumo. Pensando nisso, piscicultores da região do Alto Vale do Itajaí buscam apoio para tirar do papel o projeto para a implantação de uma Unidade de Processamento de Pescado (UPP) na Região do Alto Vale do Itajaí, ou o Frigorífico de Peixe. A estrutura que seria instalada no município de Taió.
O assunto foi discutido no 22º Seminário Regional de Piscicultura, que aconteceu na sexta-feira, dia 12, no Clube Caça e Tiro, em Taió. O evento, organizado pela Associação de Piscicultores do município, reuniu cerca de 250 pessoas, entre produtores do Alto Vale, técnicos do Senar, Pró Mover, palestrantes e representantes dos governos estadual e federal.
No Alto Vale do Itajaí a produção anual gira em torno de três mil toneladas. A tilápia é a preferida dos consumidores: cerca de 80% optam pela espécie. Sendo 59% dirigidas à indústria e 38% aos pesque e pague. No entanto, para ser viável, a meta para 2016 é aumentar a produção para cinco mil toneladas. A categoria tem buscado apoio e estímulo para atrair novos produtores. “Nós não produzimos só o peixe, nós colocamos na mesa da população uma alimentação saudável”, desabafa o tesoureiro da Associação dos Piscicultores de Taió, Luiz Mateus Fachini.
O prefeito do município anfitrião, Hugo Lembeck, um dos palestrantes do seminário, comentou que concentrará esforços na busca de apoio do Ministério da Pesca, para juntos desenvolver campanha de estímulo ao consumo de peixe.
Em sua apresentação, Lembeck, divulgou o projeto arquitetônico do Frigorífico de Peixe. “O projeto vem sendo discutido há anos pela Associação de Piscicultores de Taió em parceria com a Associação para o Desenvolvimento do Modelo do Alto Vale do Itajaí de Piscicultura Integrada (ADEMAVIPI). O próximo passo será o levantamento de custos e o plano de negócios para verificar a viabilidade”, informa o prefeito.
O projeto prevê 30 mil metros de área construída, com capacidade de produção de 10 toneladas por dia. A ideia é aproveitar os resíduos para fabricação de farinha.
Conforme o prefeito, com o frigorífico será possível trabalhar de forma integrada o manejo, processamento, rastreamento e comercialização dos produtos e derivados do peixe e beneficiar os produtores da região. “Precisamos formar uma cadeia onde todos possam se ajudar e exigir profissionais capacitados para acompanhamento técnico”, comenta o prefeito.
O superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura, Horts Doering, representou o Ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho. Doering frisou que está em andamento o planejamento da aquicultura para os próximos cinco anos. A proposta é levantar nesse diagnóstico os principais gargalos e possíveis soluções para aumentar a produção e consumo do peixe. “Santa Catarina é o segundo maior produtor de piscicultura no país. Mas deve ficar em terceiro nas próximas estatísticas porque há grandes reservatórios hidrelétricos em outras regiões produzindo peixe”, destaca o superintendente.
Doering elogiou a iniciativa de integrar o negócio e enumerou vantagens. “Com a integração deve ser emitido o contrato de compra e venda para evitar calotes, a união vai reduzir custos com a compra de ração. Com baixo custos de produção vamos popularizar o consumo que só não é maior em função do preço e transformar o peixe daqui a alguns anos o novo frango na mesa das famílias”, pontua.
FUNDAÇÃO ASSOCIAÇÃO DE PISCICULTURA
A Associação dos Piscicultores de Taió, criada em 1987, é composto por 12 sócios que produzem atualmente 180 toneladas por ano. Em 2014, a produção de peixe em Taió movimentou R$ 650 mil da economia.
CONSUMO DE PEIXES
Conforme divulgação, ingestão de peixes, principalmente no Brasil, ainda é muito pequena. O consumo anual do brasileiro não passa de nove quilos, aponta a Pesquisa de Orçamentos Familiares.
Dono de 12% da água doce no mundo, o Brasil ainda é grande importador de pescado. Por isso, as terras brasileiras tem um grande potencial a ser explorado. A perspectiva do governo federal é a de ser autossustentável e exportar até 2020.